terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Eu penso nas tuas pintas e penso na localização exata delas, como aquela na sola do teu pé e aquelas duas nas tuas costas.
Eu penso nas tuas cicatrizes, as acidentais de preferencia, como aquela bem pequena no canto do teu olho direito que só se percebe olhando bem de perto. 
(As vezes eu penso nas que tu provocou, mas eu não gosto da idéia de pensar que tu tem poder pra tirar tua vida.)
Eu penso na tua boca e em como tu ama ela, penso nos teus dentes amarelos porque tu tem preguiça de escovar eles, mas penso também em como eles são perfeitamente alinhados e sem nenhuma falha. 
Penso nos teus dedos estranhos e em como eles eram agitados, como tu mexia as mãos e eles pra fazer aquelas coisas estranhas. 
Penso nos teu olhos que nada tem de especial além do teu olhar carinhoso, penso em como tu deve fazer um olhar de ódio, como eu nunca te vi fazendo. 
Penso nas tuas mãos escrevendo, segurando o lápis ou a caneta e fazendo as letras, como era a tua letra? 
Penso nas tuas pernas que tu não gosta de mostrar e nos pelinhos delas, e como tu conseguiu todas aquelas cicatrizes no joelho. 
Penso em como tu me contava historias, no teu rosto se mexendo a cada cena que mudava e como tu era perfeitamente irreal. 
Penso em tudo aquilo que eu nunca mais vou conseguir ver como se fosse meu. 
Penso em ti se misturando a mim. 
Penso em ti se misturando.
Penso em ti.

Logo, penso em mim. 

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